sábado, 9 de maio de 2009
Trotinetes do Dondo
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Páscoa no Qissama
Desta vez decidimos visitar o parque natural do Qissama, fica situa na província do Bengo, aqui tão perto de Luanda, cerca de 100 km para sul. o parque natural do Quissama ocupa uma área de 9600 km2 e é delimitado a Norte pelo Rio Cuanza desde a Muxima até ao mar, a Sul pelo Rio Longa desde a estrada Mumbondo-Capolo até ao mar, a Oeste pela linha da costa entre a foz do rio Cuanza e a foz do Rio Longa e, a Leste, pela estrada que vai da Muxima, Demba-Chio, Mumbondo e Capolo até ao Rio Longa.
Podemos encontrar várias espécies animais no parque: Elefantes, Girafas, Zebras, uma variedade grande de antílopes, inúmeras espécies de aves, macacos entre outros. Dos cabeças de cartaz nós só conseguimos ver as girafas.
Arrancamos no sábado a seguir ao trabalho, mais uma vez atrasamo-nos bastante, ou melhor atrasaram-nos bastante... mas não há maka, é preciso é vontade e tudo corre bem!
Já passámos a ponte do Cuanza de noite, viramos a esquerda para uma picada de cerca de 40 km até Kawa. Passados 30 km de autentico caminho de cabras paramos num portão metálico com uma vedação electrificada que rodeia todo o parque, pagámos 900 akz para entrar, chegamos então ao local onde iamos pernoitar, uma zona com alguns bungalows e um restaurante bastante simpático com uma varanda com vista sobre o rio Cuanza e o rio kawa.
Uma paisagem simplesmente fantástica.
Era uma boa oportunidade de estrear a minha nova aquisição: uma NIKON D60 equipada com uma 70-300.
Avistamos alguns gnus, e outros antílopes que não sei o nome, mas sempre um pouco longe do sitio por onde passávamos, a minha 70-300 fez o que pode para os caçar...
E assim se passou mais um domingo de Páscoa...
sexta-feira, 20 de março de 2009
De Luanda a Malange
Finalmente ia ter um fim-de-semana de dois dias, em dois anos que cá estou não me lembro de isso acontecer. Feriado do dia da mulher no domingo, e como estamos em Angola passa o feriado para segunda-feira. Fui ao Google Earth no sábado escolher um destino para a nossa viagem: MALANJE.
Arrancámos no domingo às 05:00 da manhã, fui a maneira de não apanharmos trânsito e começar logo a stressar de manhã, eu e o Paulo numa carrinha e o Miguel Marques e o Pedro Beca noutra. Enchemos o depósito (1500 akz = 15 euros = 50 litros) e seguimos viagem.
Ao longo do caminho vêem-se muitas aldeias junto a estrada com estas armadilhar para apanhar a mosca de Tsé-Tsé (mosca do sono). Estamos a atravessar a zona delas e como as nossas carrinhas são azuis, é melhor ter cuidado… não sei porquê mas a mosca é atraída pelo azul.
Chegámos ao Dondo, esperava ver uma cidade maior e mais evoluída.
Parámos nas margens do rio Kwanza para esticar um pouco as pernas e comer qualquer coisa, veio logo um puto ter connosco para lavar as carrinhas: “Dá 50 kwanzas, vou lavar”. Em Luanda os putos pedem mais de 800 akz…
Seguimos viagem em direcção a N’Dalatando, atravessámos o Morro do Binda, uma zona de montanha com a estrada a acompanhar o relevo acentuado, o que dificulta e muito a tarefa dos camiões. A paisagem vale a pena: vegetação bastante densa com árvores enormes que impedem a entrada do sol, e o barulho de inúmeros animais a “falarem” cada um para o seu lado torna aqueles 20 km fascinantes.
Atravessamos N’Dalatando sem parar. Capital da provincia do Kuanza Norte, chamada Salazar no tempo colonial ainda preserva, na estrada principal, alguns dos edificios desse tempo, tudo o resto é musseque. Cerca de 90% da cidade são casas de barro com telhado de zinco ou colmo, mas tudo com um aspecto limpo.
Ainda nos faltavam cerca de 40 km para chegar e já era possivel avistar o nosso proximo destino: as Pedras Negras de Pungo Andongo. são rochas enormes que aparecem repentinamente num terreno plano.
Diz-se que há alguns séculos atrás, no tempo da rainha Ginga M’bandi existia no meio das pedras um coliseu de torturas e divertimento da rainha. Hoje restam algumas construções do tempo colonial.
Ainda tentamos ir a barragem de capanda que fica a cerca de 10 minutos dali mas, como diria um amigo meu “fomos barrelas”, não nos deixaram passar de um certo km da estrada, só com uma autorização especial do Gamek, que nós não tínhamos… seguimos em direcção a Malange.
Chegamos a Malange por volta das 15:30. É uma das maiores cidades de Angola e está no bom caminho para o desenvolvimento.
Encontram-se bastantes hotéis com muito bom aspecto. E eu entrei em todos para tentar arranjar um quarto para passar a noite, mas obtive sempre a mesma resposta: “pedimos muita desculpa mas não temos quartos vagos”. Parece que toda a gente aproveitou o fim-de-semana prolongado para ir até Malange. A coisa estava a tornar-se complicada, sem sítio para dormir e ainda por cima a nossa carrinha tinha ficado sem travões… aquela hora e num domingo era difícil encontrar alguém que nos desenrascasse. Conseguimos arranjar um frasco de óleo para travões numas pequenas bombas da Sonangol e o assunto ficou mais ou menos resolvido, pelo menos dava para andar… e travar! Mas aquela hora já não íamos voltar para Luanda, estávamos demasiado cansados para o fazer. Fomos jantar ao “Marco”, beber um copo ao “Triângulo” e acabámos por ficar por lá.
Tivemos de dormir na carrinha. Paramos em frente à emissora nacional e descansamos até nascerem os primeiros raios de sol.
Eu acordei com uma vontade enorme de me fazer à estrada. Apanhamos a estrada principal até ao primeiro posto de controlo da policia, ai viramos à direita para uma picada que estava a começar a ser arranjada pelos chineses, mas que ainda está em muito mau estado. Foram 60 km de terra batida e muitos buracos que nos levaram até Calandula, mas com uma das paisagens mais bonitas que já alguma vez vi… a quantidade de tons de verde a contrastar com aquela estrada de terra vermelha é simplesmente fantástico. Vêem-se dezenas de pequenas aldeias à beira da estrada com casas de barro e tecto de colmo onde as pessoas vivem numa tranquilidade de meter inveja. Sempre que parávamos para tirar fotos as pessoas diziam adeus e vinha-nos pedir para tirar fotos com elas, bastante humildes e hospitaleiras.
Sem qualquer dúvida que tudo de bom que se ouve falar do povo angolano não é daqueles que se amontoam em Luanda, mas sim das pessoas que resistiram aos difíceis anos de guerra e ficaram nas províncias.
Depois de uma hora e tal de viagem chegámos a Calandula, a beleza daquelas cascatas é enorme. Não vale a pena dizer mais nada, as fotos dizem tudo…
Tomamos um banho no rio, comemos qualquer coisa e voltámos em direcção a Luanda, só parámos no Dondo para hidratar com uma EKA bem fresquinha…
Valeu a pena esta viagem, finalmente deu para conhecer um bocadinho de Angola, espero ter muitas mais oportunidades destas…
Até à próxima!